Com ou sem emoção?
Você já viveu esta pergunta? Você já esteve em uma aventura nas dunas nordestinas e contratou um “bugueiro” para um passeio? Se sim, você sabe bem o significado desta pergunta!
Bem, como Roberto Carlos canta em uma de suas canções: “...Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi...”
Vai ser difícil resumir esta experiência preparada por nosso Papai Tupana (Deus, em Sateré-Mawé). Já estou todo “lagrimejado”.
Minha amada esposa Mariete faz um relato em seu “post” do dia de ontem. Acho que você deve lê-lo primeiro.
Tudo começou quando o pastor Braw, um “velho” amigo, me contou em meados de fevereiro deste ano que estaria organizando um grupo de irmãos para uma viagem missionária à aldeias indígenas no coração da selva amazônica e, sem muitas pretensões, me perguntou se eu gostaria de me unir a eles.
Imagine, que “doido”! Mato, mosquitos, cobras, calor insuportável, horas e horas em um barco navegando por um rio enorme e perigoso, dormindo em redes, tomando banho com a água do rio... Muito desconforto. “Tô fora, chama outro!”
Mas, rsrsrs... Não consegui tirar aquilo da cabeça. Dia após dia e eu só pensava no absurdo do convite do Braw. Até que resolvi falar com minha amada e meus filhos:
“- Sabem queridos, eu não sei explicar agora, mas eu ACHO que vou para esta obra missionária com o Braw e seus “malucos” pro meio da floresta amazônica, furar poço artesiano para os indiozinhos!”
Silêncio total!
“- Pai, vou com você!” Disse com muita convicção o meu filhão Matheus(23).
Rebeca(19), minha princesinha e filha caçula, a 2ª mulher mais linda do mundo, riu e disse:
“- Quero só ver...”
Mariete, minha esposa, a mulher mais linda do mundo... Sinceramente sei tudo que passou pela cabeça dela:
“Há há há... O Camilo? Tá bom.”
Ok, então com o consentimento de minha esposa consultei os demais pastores do TAP e após confirmações anunciei num culto de domingo que o “Anjo da Igreja” iria partir em uma viagem missionária às comunidades indígenas Saterés-Mawés do Amazonas. UAU! Pegou fogo o local. Profecias, sapateados, gritos de aleluia e glória a Deus... - Até que enfim o “Anjo da Igreja” ia fazer alguma coisa... rsrsrsrs.
Logo que anunciei que meu filho iria também, outros dois corajosos e valentes homens de Deus se prontificaram. Seriam eles mais tarde conhecidos entre os irmãos Saterés como: MassaPé (Emanuel) e ÁguaNaCara(Daniel). Se você quiser saber o motivo dos nomes terá que perguntar a eles.
Amados, que experiência dignificante, realmente muitos queriam nos ajudar e rapidamente juntamos uma boa oferta que iria contribuir na compra do material necessário para a perfuração do poço.
Embarcamos, como postou minha amada esposa, e logo que chegamos tanto em Manaus, como Maués, fomos recebidos como príncipes pelos missionários locais.
Preciso falar deles: Pastor Marcos Rosa e sua linda esposa Paula, que casal maravilhoso, pessoas cultas, preparadas, felizes, amorosas, e possuem tudo que precisam (Jesus) e com abundância. Deixaram tudo que tinham para obedecer ao “IDE” de Mateus 28:19-20. Filhos lindos, um casal: Gabriel e Melissa. Que crianças sorridentes... Bem, estes eram os líderes dos missionários, agora preciso também falar dos outros componentes deste exército: Antonio e Kátia, nossos anfitriões, amazonenses totalmente dedicados ao chamado do Senhor. Não sabiam o que faziam para nos agradar e nos deixar “em casa”. Também um casal de filhos e que graça de menina(Sara) e rapazinho(Samuel). Pastor Marcos e Kelly e sua linda filha(Keke). Carlão e Natália e sua filhinha nenem, duas “bonequinhas”. Fabio, um jovem bonito, inteligente e temeroso ao Senhor. Havia também o pessoal que ficava em uma base missionária fora da cidade onde se tem um trabalho muito sério com dependentes químicos.
Bem, embarcamos com algumas toneladas de equipamentos para o trabalho e rumo aos Saterés no coração da maior selva do mundo.
O que mais nos marcou foi participar com um grupo de pessoas tão diferentes entre nós mesmos e o amor de Deus nos envolveu naqueles dias com tanta força que sobrenaturalmente nos suportávamos uns aos outros com o amor de Jesus.
E também os homens, mulheres, jovens e crianças Saterés, aos poucos iam se aproximando e ao ponto de nos tornarmos realmente uma só família - Indígenas e homens brancos - , compartilhando do pão, das barrinhas de cereais, das orações, dos peixes e macacos... É isso mesmo, até o que eles haviam caçado para comer: dois macaquinhos e um jaboti, o melhor que tinham, prepararam e nos chamaram para participar do banquete.
Cantamos juntos, em português e sateré, adoramos ao único Senhor e Deus, rimos, choramos, brincamos com as crianças...
Ah, veja o que estou lembrando agora: Numa tarde, enquanto brincávamos com as crianças indígenas, eram muitas, perguntei a eles onde Tupana morava. Todos levantaram as mãozinhas e com seus dedinhos apontavam para o céu. Aí, coloquei a mão em meu peito e disse: “É sim, Tupana mora lá no céu, mas também mora lá na mata, no rio, aqui em suas casas... Mas onde Ele mais gosta de ficar é bem aqui, no meu e no seu coração.
Nisto, um deles, um pequeno curumim de uns 4 ou 5 anos de idade chamou minha atenção. Ele, com suas duas mãozinhas apertava forte seu peito e sorria, como se dissesse: “- Estou sentindo isso! É verdade. Tupana está bem aqui, posso sentir em meu coração!”
Pois é, muitos de nós chegamos ao nosso limite físico e mental nestes dias. Longe de nossas famílias, da SABESP (saneamento básico de S. Paulo), da Bandeirante Energia, da Pioneira (coleta de lixo), de nossas camas, da internet. Muito trabalho, desconforto... Mas muito próximo daquilo que o salmista escreveu: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” E isso independe de raça, língua, credo, educação...
O Senhor é Maravilhoso, é Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz.
Tenho muito mais para contar, mas veja as fotos abaixo e também, logo mais, no link http://tapinda.com.br/fotosNEW.asp
Deus abençoe.
Camilo Monteiro.
Música: Chamado ( valeu a pena ) - Judson de Oliveira
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