quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Sobre os Nossos Dízimos e Ofertas


Sobre os Nossos Dízimos e Ofertas   (Pr Camilo em 27/02/2020)   

INTRODUÇÃO
Sobre a questão tão delicada do ensino sobre dízimos e ofertas, temos hoje em nossa igreja dois grupos de pessoas:
1.      As que entendem e vivenciam as experiências com os dízimos e ofertas e
2.      As que não entendem, e, sendo assim, tem uma experiência fraca, ou até mesmo falsa sobre os dízimos e as ofertas.

Porque este assunto é tão melindroso?
É porque mexe com nosso “bolso”, nossas finanças, e também porque alguns de nós não aprenderam corretamente sobre este tema, ou ainda porque, em algum momento, fomos abusados.

E por isso, o inimigo de nossas almas, nos lança setas na mente dizendo:
·         Dar dinheiro ao pastor, prá que? Ele que vá trabalhar e ganhar o dele! Você não vai querer enriquecer o pastor! (Pra não falar outras coisas...)
·         E tem mais, Deus não precisa do seu dinheiro, e nem o de ninguém! Deus é o dono de tudo! Ele sabe que vc ganha pouco, tem muitas contas e não sobra para nada!
·         Imagine só, vc tem a escola das crianças, aluguel de casa, água, luz... e muitas outras despesas! Isso é invenção dos homens.

Na verdade queridos, nossa conversão é um processo diário, um passo após o outro, de fé em fé, de glória em glória... E, para alguns irmãos, o assunto: “Dízimos e Ofertas”, é um dos últimos pontos a serem trabalhados e vencidos!

Neste processo, de conversão, aos poucos, renunciamos a certos princípios, pensamentos, finanças, conhecimentos, sabedoria e renunciamos, muitas vezes, até a própria razão; aí sim, nos tornamos “barro nas mãos do Oleiro” e somos refeitos com as qualidades comuns a Cristo.

Jesus afirma em Lc 14:33 “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.”

Ele disse: “ a tudo quanto tem”,  e isto envolve princípios, pensamentos, finanças, conhecimentos, sabedoria e até a razão.

Como falei no início, temos hoje em nossa igreja dois grupos de pessoas:
1.      As que entendem e vivenciam as experiências com os dízimos e ofertas e
2.      As que não entendem, e, sendo assim, tem uma experiência fraca, ou até mesmo falsa sobre os dízimos e as ofertas.

A.    DÍZIMOS

1.      Alguns Costumes e Leis do AT:

Circuncisão (Gn 17:23-27)
Naquele mesmo dia Abraão tomou seu filho Ismael, todos os nascidos em sua casa e os que foram comprados, todos os do sexo masculino de sua casa, e os circuncidou, como Deus lhe ordenara.
Abraão tinha noventa e nove anos quando foi circuncidado,
e seu filho Ismael tinha treze;
Abraão e seu filho Ismael foram circuncidados naquele mesmo dia.
E com ele foram circuncidados todos os de sua casa, tanto os nascidos em casa como os comprados de estrangeiros.


Sacrifício de animais em holocausto (Lv 1 até 6:8-13)

Santificação do sábado (Lv 23:3)

Apedrejar  adúlteros (Lv 20:10 e Dt 22:22)

Sempre que as pessoas se referem à lei de Moisés (a lei “Mosaica” dado a ele pelo próprio Deus), é importante lembrar que Deus deu essa lei aos israelitas, descendentes de Abraão especialmente escolhidos.

Isso era muito importante, porque aquele povo tinha que ser “tratado”, pois existia muita idolatria e maus costumes adquiridos principalmente no período em que permaneceram no Egito sob o domínio de Faraó; leia estes versos: Ex 19:1-6; Dt 26:16-19; Ne 8:1

Então, aqui vai um 1º ponto importante deste nosso ensinamento:
Os mandamentos a respeito do dízimo, da lei Mosaica, assim como outros, circuncisão, sacrifício de animais em holocaustos, santificação do dia de sábado, apedrejar adúlteros, são específicos para o povo de Israel, e na antiga aliança.

2.      O Dízimo segundo a Lei Mosaica

Nm 18:21-26 "Dou aos levitas todos os dízimos em Israel como retribuição pelo trabalho que fazem ao servirem na Tenda do Encontro.
De agora em diante os israelitas não poderão aproximar-se da Tenda do Encontro, caso contrário, sofrerão as conseqüências do seu pecado e morrerão.
É dever dos levitas fazer o trabalho na Tenda do Encontro e assumir a responsabilidade pelas ofensas contra ela. Este é um decreto perpétuo pelas suas gerações. Eles não receberão herança alguma entre os israelitas.
Em vez disso, dou como herança aos levitas os dízimos que os israelitas apresentarem como contribuição ao Senhor
. É por isso que eu disse que eles não teriam herança alguma entre os israelitas".
O Senhor disse depois a Moisés:
"Diga o seguinte aos levitas: Quando receberem dos israelitas o dízimo que lhes dou como herança, vocês deverão apresentar um décimo daquele dízimo como contribuição pertencente ao Senhor.


O pagamento do dízimo teve ordenança, fazendo parte do contexto da lei, e tinha caráter de caridade, pois a sua principal finalidade era suprir as necessidades dos Levitas que não tinham parte nem herança na terra prometida.

Malaquias
Algumas pessoas, quando falam do dízimo, se utilizam de um texto que está no livro do profeta Malaquias, para impor o mandamento da lei mosaica, que não deve ser assim para nós:

Malaquias era um judeu (israelita) que pregava para os judeus e vivia debaixo da antiga lei.
Ele viveu sob a lei de Moisés e tinha a missão de encorajar outros israelitas a serem obedientes a essa lei, leia Ml 2:4-10.

Agora vejam o que está escrito:
Ml 4:4 "Lembrem-se da lei do meu servo Moisés, dos decretos e das ordenanças que lhe dei em Horebe para todo o povo de Israel.

Ele usou pensamentos dessa lei para prever as responsabilidades e bênçãos espirituais, ainda por vir, através de um descendente de Abraão, mas não impôs sobre todas as pessoas de todos os tempos a obrigação de dizimar com a mesma motivação pelo qual faziam.

Ok, entenderam o dízimo sobre o contexto da Lei Mosaica?

Então vamos ver agora:

3.      Os Dízimos antes da Lei Mosaica

ABRAÃO
Gênesis 14.18-20
E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo.
E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.

Abraão deu o dízimo dos despojos da guerra ao Rei Melquisedeque, sacerdote do Deus altíssimo, e foi por ele abençoado.

Neste episódio, Melquisedeque tipifica (representa) Jesus: Sacerdote da Paz, sem início e sem fim...

Abraão dizimou MOTIVADO por amor, por gratidão ao Deus Vivo que lhe deu vitória sobre os seus inimigos e que era dono de 100% de seus bens.

JACÓ - Gênesis 28.20-22

Então Jacó fez um voto, dizendo: "Se Deus estiver comigo, cuidar de mim nesta viagem que estou fazendo, prover-me de comida e roupa,
e levar-me de volta em segurança à casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus.
E esta pedra que hoje coloquei como coluna servirá de santuário de Deus; e de tudo o que me deres certamente te darei o dízimo".

Jacó fez um voto ao Senhor, prometendo-lhe dar o dízimo de tudo quanto ganhasse, se, em sua jornada, fosse por “Ele” protegido e abençoado.

Voto: Promessa livre e deliberada feita a Deus de alguma coisa que lhe é agradável, à qual nos obrigamos por juramento.

Esta foi a MOTIVAÇÃO de Jacó, fez um voto ao Senhor, que SE ele fosse bem, SE ele fosse abençoado, ENTÃO seria dizimista pelo resto de sua vida em gratidão a bondade do Senhor.
         
Em ambos os acontecimentos, não há registro na bíblia que tenha havido ordenanças (mandamento) ou determinação para que eles dessem os dízimos. Deu-se por uma iniciativa voluntária, espontânea, ou por voto, como forma de reconhecimento, agradecimento, honra e glória ao Senhor Deus, pelas bênçãos recebidas e pelas vitórias conquistadas.


Muito bem, então nós vimos o DÍZIMO no AT no contexto da Lei Mosaica e fora da Lei Mosaica.

4.      Transição da Velha para a Nova Aliança

Agora vamos para Jesus:

JESUS ERA JUDEU

Jesus era um judeu (israelita da Tribo de Judá), nascido sob a Lei Mosaica
Gl 4:4 Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei,

Portanto, Ele viveu sob a tutela da lei de Moisés, reconheceu-a, e disse dessa forma:

Mt 5:17-18 "Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. 18 Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra.

E verdadeiramente Ele cumpriu a lei. 

Circuncidado ao oitavo dia, apresentado na sinagoga (Lc 2:21-24), assumiu o seu sacerdócio aos trinta anos  (Lc 3:23, Nm 4:43-47), curou o leproso e depois o mandou apresentar ao Sacerdote a oferta que Moisés ordenou (Mt 8:4, Lv 14:1-9),  e cumpriu todas as formalidades cerimoniais da lei.

Porém, quando Jesus rendeu o seu espírito a Deus (Mt 27:50-51), o véu do templo rasgou-se de alto a baixo, então passamos a viver não mais pela lei, mas pela graça do Senhor Jesus, encerrando ali toda ordenança da lei de Moisés, sendo abolido o Antigo e introduzido o Novo, o Evangelho da Salvação e Graça do Senhor Jesus Cristo.

O que precisamos entender é que Jesus não veio ensinar os Judeus a viverem bem na Velha Aliança. Ele disse:
“Um novo mandamento vos dou” João 13:34.

Paulo diz em Gl 2:21

“Se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu em vão”

Hebreus 7:11
Se fosse possível alcançar a perfeição por meio do sacerdócio levítico (pois em sua vigência o povo recebeu a lei), por que haveria ainda necessidade de se levantar outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e não de Arão?

Melquisedeque: referindo-se a Jesus
Arão: referindo-se a Moisés

Em Mt 5:20 disse Jesus aos israelitas:
“Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.”

Esta deve ser a nossa MOTIVAÇÃO quando entregarmos o DÍZIMO, ou seja, em agradecimento ao autor da vida, que TUDO nos tem dado, e não devemos deixar que um “escorpião” (espírito maligno que tenta nos enganar para não dizimarmos ou ofertarmos), colocado pelo inimigo de nossas almas em nosso bolso, seja a nossa pedra de tropeço em sermos gratos e abençoados em todas as coisas.

5.      Diferença Entre Dizimistas E Não Dizimistas

Amados, vejam que é muito curioso (interessante e notório) a diferença entre as pessoas que devolvem seus dízimos e ofertas e as que não o fazem.

E também na vida das pessoas que não praticavam e passam a praticar, e também daquelas que fazem experiências nesta área.

CONCLUSÃO SOBRE DÍZIMO

Então, como devolver o dízimo?

É muito importante que seja com alegria, consciente, voluntário e por gratidão a Deus.

Determinamos o dia do mês, para aqueles que recebem suas rendas mensal, quinzenal, ou ainda semanal e levamos, em dias de cultos, até o gazofilácio, a “caixinha” do dízimo.

Sugestão de como fazer:

Se somos Empresários ou Autônomos:
Renda = Receitas (todas as entradas) Despesas (saídas referentes ao negócio, ex: aluguel do ponto, compra de peças, água, luz, impostos, pagamento de funcionários...)

            E desta renda, calculamos 10%, ou seja, dividimos por 10 e este valor será nosso dízimo.

Se somos empregados assalariados:
            Renda = Salário Bruto – Descontos na folha* (impostos)
            
            E desta renda, calculamos 10%, ou seja, dividimos por 10 e este valor será nosso dízimo.

·         Estes descontos na folha não incluem empréstimos pessoais, contas particulares...

B.     OFERTAS

E sobre as ofertas?

Para cada pessoa, o SENHOR JESUS se manifesta de uma maneira própria, personalizada, INDIVIDUAL, por exemplo:

Em Mt 10:42 o Senhor mandou dar (ofertar) pelo menos um copo de água fria; já para o jovem rico, 

em Mt 19:21, Jesus mandou vender tudo e dar aos pobres. 

Em Lc 19:8-9, quando Zaqueu lhe disse que daria até a metade de seus bens aos pobres, Jesus disse apenas: “Zaqueu, hoje veio salvação à esta casa.”

Ofertar é Dar, sem esperar nada em troca, com alegria, e sem estipular ou pré-determinar valores ou datas, bens de quaisquer espécies, ser generoso, em sinal de gratidão e reconhecimento por tudo que o SENHOR tem feito em nossas vidas.

2Co 9:6-8
“Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente.
Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.
E Deus é poderoso para fazer que lhes seja acrescentada toda a graça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra.

Filhos e filhas do TAP, se vocês ainda tiverem dúvidas sobre estes princípios, me coloco à vossa disposição, pessoalmente, para tentar esclarecê-las.

Lembrem-se que nosso Deus é Justo e Misericordioso, e Ele faz de tudo para termos uma vida plena e abundante.

Deus abençoe vocês e suas casas.
Pr Camilo L Monteiro

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