segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O arreio do Senhor




 O trecho descrito abaixo foi retirado do livro "Águias Santas, Voem" de  Bill Britton, aliás um bom livro para se ler.
Vale a pena parar alguns minutos e ler a visão que o autor do livro teve em uma conferência q
em que ele estava participando.
Espero que ao ler você possa ser tocado poderosamente pelo Senhor e tomar uma importante decisão na sua vida: A de se deixar ser disciplinado pelo Senhor, a fazer a escolha certa.

" Em uma estrada poeirenta que atravessava um campo largo, estava uma bela carruagem, 
algo parecido com uma diligência, mas toda guarnecida em ouro, e com belíssimos entalhes.
Era puxada por seis grandes cavalos castanhos, dois na frente, dois no meio e dois na traseira.
Mas eles não estavam se movendo, não estavam puxando a carruagem, e eu quis saber por 
que. Então eu vi o cocheiro debaixo da carruagem, deitado de costas no chão, logo atrás das 
patas dos dois últimos cavalos, trabalhando em algo entre as rodas dianteiras da carruagem. 
Eu pensei, “Meu Deus, ele está num um lugar perigoso; porque se um desses cavalos der um
coice ou resolver andar para trás, eles podem matá-lo, também se eles decidirem ir adiante, ou forem assustados por alguma coisa, eles puxam a carruagem para cima dele”.
Mas ele não parecia amedrontado, porque sabia que aqueles cavalos foram disciplinados,
e não se moveriam até que ele lhes dissesse para se moverem. Os cavalos não estavam 
inquietos, e embora houvesse sininhos nas suas patas, os mesmos não estavam tilintando. 
Havia adereços na parte do arreio que ficava sobre suas cabeças, mas eles se moviam. Eles estavam totalmente imóveis, estáticos, esperando pela voz de comando do Mestre.

 Havia Dois Potros Jovens no Campo

Enquanto eu observava os cavalos arreados, eu notei dois jovens potros que vinham pelo 
campo aberto. Eles se aproximaram da carruagem e pareciam dizer aos cavalos: “Venham 
brincar conosco, nós temos muitas e ótimas brincadeiras, nós correremos com vocês, venham 
nos pegar…” E com isso os potros corcovearam, escoicearam, sacudiram suas caudas, e
saíram a correr pelo campo aberto. Mas quando eles olharam para trás e viram que os cavalos 
não os estavam seguindo, eles ficaram confusos. Eles não sabiam nada a respeito de arreios, 
e não podiam entender por que aqueles cavalos não quiseram brincar com eles. Por isso, eles perguntaram aos cavalos: “Por que vocês não correm conosco? Vocês estão cansados? Vocês estão fracos demais? Vocês não têm força para correr? Vocês são sérios demais, vocês
precisam de mais alegria em suas vidas”. Mas os cavalos não responderam uma palavra 
sequer, não deram patadas no chão nem moveram suas cabeças. Eles permaneceram quietos, imóveis, esperando pela voz do Mestre.

Novamente os potros se dirigiram a eles: “Por que vocês estão assim parados sob este 
sol escaldante? Venham aqui para a sombra agradável desta árvore. Vejam como a grama é 
verde! Vocês devem estar com fome, venham pastar conosco, o capim está tão verde e tão 
bom. Vocês parecem sedentos, venham beber de um de nossos muitos riachos de água 
fresca e clara”. Porém, os cavalos não lhes responderam, nem mesmo volveram os olhos em
sua direção, mas ficaram parados à espera do comando para seguir adiante com o Rei.

 Potros no Curral do Mestre


E então a cena mudou, e eu vi laços serem lançados aos pescoços dos dois potros, e eles
foram levados para o curral do seu Dono para serem treinados e disciplinados. Quão tristes 
eles ficaram ao ver seus verdes e adoráveis campos desaparecerem, e que eles agora 
estavam presos num Curral com sua sujeira característica e sua cerca alta. Os potros corriam 
de um lado para o outro do curral buscando a liberdade, mas acabaram por descobrir que 
estavam presos naquele lugar de treinamento. E então o Treinador começou a trabalhá-los, 
com seu Chicote e Rédea. Que experiência amarga para aqueles que, por toda a vida, tinham
se acostumado a viver em liberdade! Eles não podiam entender a razão daquela tortura, 
daquela disciplina terrível. Que grande crime tinham eles cometido para merecerem aquilo? 
Eles nada sabiam acerca da responsabilidade que teriam que assumir quando chegassem ao
final do treinamento, quando tivessem aprendido a obedecer plenamente o Mestre, e tivessem 
sido completamente disciplinados. Tudo que eles sabiam era que este processo era a coisa 
mais horrível que já lhes tinha acontecido.

Submissão e Rebeldia

Um dos potros rebelou-se contra o treinamento, e disse: “Isto não é para mim. Prefiro a 
minha liberdade, minhas colinas verdes, meus riachos de água fresca. Eu não suporto mais 
esta prisão, nem este treinamento terrível”. Assim ele descobriu um modo de escapar, 
saltou a cerca, e correu alegremente de volta aos prados gramados. Eu fiquei surpreso que o 
Mestre o tivesse deixado ir, sem o perseguir. Em vez disso, Ele dedicou toda sua atenção ao 
potro que ficara. Este potro, embora tivesse tido a mesma oportunidade para escapar, decidira 
por se abster da sua própria vontade, e se submeter à disciplina do Mestre. E o treinamento 
tornou-se mais duro que nunca, mas ele estava aprendendo rapidamente e cada vez 
mais a obedecer ao mais simples desejo do Mestre, e a responder até mesmo ao silêncio da
 voz do Mestre. E eu vi que se não tivesse havido treinamento, nem prova, não teria havido nem 
submissão nem rebelião da parte dos potros. Porque, no campo, eles não tinham a escolha 
de se rebelar ou se submeter, eles eram puros  em sua inocência. Mas quando foram 
levados ao lugar de prova, treinamento e disciplina, então se manifestou a obediência de 
um e a rebeldia que estava escondida no coração do outro. E embora parecesse mais seguro 
não ir para o lugar de disciplina, por causa do risco de ser encontrado rebelde, não obstante
eu vi que, sem treinamento e disciplina, o potro não compartilharia da Sua Glória nem da 
Filiação.

 Debaixo do Arreio

Finalmente aquele período de treinamento teve fim. E você acha que ele teve de volta a 
sua liberdade, e voltou aos campos? Oh não! Uma restrição de liberdade ainda maior se 
abateu sobre ele, agora na forma de um arreio que lhe caiu sobre os ombros. Agora, nem 
mesmo a liberdade de correr pelo curral ele tinha. Estando debaixo do arreio, ele só podia se 
mover na direção e pela extensão que o Mestre determinava. E se o Mestre nada falasse, ele 
ficava parado.

A cena mudou, e eu vi o outro potro que, em pé ao lado de uma colina, mordiscava  um pouco 
de grama. Então, pela estrada que atravessava os campos, vinha a carruagem do Rei puxada 
por seis cavalos. Com assombro, ele viu que, na primeira parelha, à direita, estava o potro 
irmão dele, que agora se mostrava forte e amadurecido pelo bom milho do estábulo do Dono. 
Ele viu os lindos adereços tremulando ao vento, e notou o arreio reluzente com bordaduras de 
ouro sobre seu irmão, e ouviu o belo tilintar dos sininhos nos pés dele, e a inveja entrou no 
seu coração. Então ele reclamou lá com seus botões: “Por que meu irmão foi honrado assim,
e eu fiquei esquecido? Não puseram sininhos em meus pés, nem enfeites bonitos em minha 
cabeça. O Mestre não me deu a responsabilidade maravilhosa de puxar a carruagem dele, 
nem pôs sobre mim o arreio dourado. Por que escolheram meu irmão em vez de mim?” E,
pelo Espírito, a resposta me veio, como previa. “Porque um se submeteu à vontade e à 
disciplina do Mestre, e o outro se rebelou. Assim, um foi escolhido e o outro posto de lado”.

Escassez na Terra

Então eu vi que uma grande seca se abatia sobre os campos, e a grama verde secou-se, 
tornou-se marrom quebradiça, morreu. Os pequenos riachos secaram, deixaram de fluir, e 
apenas uma ou outra poça barrenta apareciam aqui e acolá. Eu vi o pequeno potro (eu 
fiquei admirado porque ele parecia nunca crescer ou nem amadurecer, era sempre o mesmo) 
como ele corria prá lá e prá cá, através dos campos à procura de riachos de água fresca e 
pastos verdes, mas não achava nenhum. Mesmo assim ele ainda corria, aparentemente em 
círculos, sempre procurando algo com que alimentar seu espírito faminto. Mas havia escassez
na terra, e os ricos e verdes pastos, e os regatos murmurantes de outrora pareciam nunca 
ter existido. Um dia, o potro parou na ladeira da colina sobre suas pernas fracas e coxas,  
e ficou imaginando qual direção tomar em busca de comida, e onde arranjaria forças 
para ir. Parecia não haver saída, porque a comida boa e regatos de águas correntes eram 
coisas do passado, e todos os esforços que fizesse só fariam minguar cada vez mais suas
forças. De repente, ele viu a carruagem do Rei que descia pela estrada, puxada por seis 
grandes cavalos. E ele viu seu irmão, gordo e forte, músculos salientes, pelo macio e 
lustroso e cheio de bonitos enfeites. O coração dele ficou pasmo e perplexo, e ele clamou:
“Meu irmão, onde você acha comida para se manter forte e gordo nestes dias de escassez? 
Eu corri livremente por todos os lugares em busca de comida, e não achei nada. Onde, 
em seu terrível confinamento,  você acha comida? Diga-me por favor, eu tenho que saber!” E 
então a resposta veio através de uma voz cheia de vitória e entusiasmo: “Na Casa de meu 
Mestre, há um lugar secreto, nos limites do seu estábulo, onde Ele me alimenta pela sua 
própria mão, e os seus silos nunca ficam vazios, e a sua fonte nunca seca”. Com isto, o 
Senhor me fez saber que, no dia em que as pessoas estiverem espiritualmente fracas e 
famintas, em tempo de escassez espiritual, os que tiverem se abdicado das suas próprias 
vontades, e entrado no esconderijo do Altíssimo, em submissão absoluta à sua perfeita 
vontade, terão bastante alimento do Céu, e um fluxo infinito de rios de águas vivas de revelação
pelo Seu Espírito. Assim a visão terminou.

Interpretação da Visão

 “Escreva a visão, e grave-a sobre tábuas, de forma que, mesmo quem passa correndo possa 
lê-la” - (Hab. 2:2). “Arreiem os cavalos: montem cavaleiros” - (Jeremias 46:4). Eu estou certo 
de que muitos de vocês que podem ouvir o que o Espírito diz para a Igreja, já perceberam 
o que Deus mostrou nesta visão. Mas permita-me torná-la mais clara. Nascer na Família de
Deus, alimentar-se dos pastos verdes e beber do muitos riachos de revelação progressiva 
dos seus propósitos é bom e maravilhoso. Mas não é o bastante. Quando éramos crianças, 
jovens, indisciplinados, só limitados pela cerca exterior da Lei que corria ao redor dos 
limites dos pastos (isso nos impedia de entrar nos pastos escuros de ervas daninhas e 
venenosas), Ele se contentava em nos ver desenvolver, crescer em nossa irmandade 
juvenil, espiritualmente falando. Mas o tempo se cumpriu, e chegou a hora daqueles 
que se alimentaram nos seus pastos e beberam dos seus regatos, serem 
disciplinados ou “tutorados” com a finalidade de fazer deles Filhos aptos e maduros. 
Muitas das crianças de hoje não podem entender por que alguns dos que vestiram o arreio de 
Deus não se interessam pelos muitos jogos religiosos e nem pelas peripécias 
divertidas dos imaturos. Eles querem saber por que o disciplinado não corre atrás de 
toda nova revelação que aparece, nem se alimentam das oportunidades de se 
ocuparem com atividades religiosas, aparentemente “boas e úteis”. Eles querem saber 
por que alguns não correm com eles no seu esforço frenético de construir grandes obras e 
grandes e notáveis ministérios. Eles não podem entender o simples fato de que esta 
Companhia de Santos está esperando pela voz do Mestre. Com todas as suas atividades 
externas, eles não ouvem a Deus.

Embora muitas tentações venham da parte dos potros brincalhões, os Santos só se 
moverão na hora que o Mestre ordenar, não antes. Os potros não podem entender por que 
aqueles que aparentemente têm grandes habilidades e força não estão fazendo uso dela. 
“Bota a carruagem na estrada!”,  eles dizem. Mas os disciplinados, os que estão sob o 
arreio de Deus, sabem que é melhor não se moverem antes de ouvirem a voz do Mestre 
Interior. Eles se moverão ao seu tempo, com grande propósito, e grande responsabilidade.

E o Senhor me fez saber que, muitos a quem Ele tinha trazido para treinar, tinham se rebelado 
contra a disciplina e a correção do Pai, e a eles não pode ser confiada a grande 
responsabilidade de Filho Maduro. Dessa forma, ele lhes permitiu voltar para a sua 
liberdade, de volta às suas atividades religiosas, seus dons e suas revelações. Eles ainda 
são seu povo e ainda se alimentam nos campos do Pai, mas Ele os deixou fora dos 
grandes propósitos para o fim da era. Assim eles se divertem na sua liberdade e pensam 
que eles são os Escolhidos, com seus muitos fluxos de água vivente, não sabendo que eles 
foram postos de lado como inadequados para a sua grande obra no fim desta Era.

E Ele me mostrou que, embora a correção pareça penosa por um determinado tempo, e a 
disciplina pareça difícil de se suportar, contudo, o resultado final com toda a glória da Filiação 
vale a pena, e a glória a seguir excede em prazer todo o sofrimento que suportamos. Embora 
alguns até percam suas vidas neste treinamento, mesmo assim eles compartilharão de 
semelhante glória nos seus propósitos eternos. Portanto, não desfaleçam, Santos de Deus, 
porque é o Senhor que lhes coloca em confinamento, e não seu inimigo. É para o seu bem, e 
para a glória dele. Portanto, suporte todas as coisas com louvores e ação de graças, porque 
Ele lhes achou dignos de compartilharem da Sua glória! Não tenham medo do chicote na mão 
do Mestre, porque ele não se destina a lhes castigar, mas a corrigir-lhes e treinar-lhes para 
que possam se submeter à vontade do Pai, e serem achados  à sua semelhança quando acordarem. Regozijem-se em diante das dificuldades e em todas as suas tribulações, e 
gloriem-se na Sua cruz, e nas limitações confinantes do Seu arreio, porque Ele lhe escolheu, e 
Ele tomou para si a responsabilidade de lhes  manter fortes e bem alimentados, apoiem--se 
nEle, e não confiem em sua própria débil habilidade nem na sua própria capacidade de compreensão. Assim você será alimentado, e a mão dele estará sobre você, e a Sua glória 
lhe cobrirá e fluirá através de você, bem como cobrirá toda a terra. Glória a Deus! Abençoado 
seja o Senhor. Ele é maravilhoso! Amigos, permita-lhe ser o Senhor da suas vidas, e não 
reclamem do que Ele faz acontecer em suas vidas.

Abundância no Tempo da Escassez

Em tempos de escassez sobre a terra, aos que moram no esconderijo do Altíssimo e 
que se submeteram à sua vontade perfeita, Ele alimentará com sua própria mão. Quando o 
terror espalhar-se pela terra, os que estiverem debaixo do seu arreio não terão medo, 
porque sentirão o freio e a rédea do Espírito a guiá-los. Quando os outros estiverem 
fracos, debilitados e com medo, aqueles estarão fortes no Seu poder, e nada lhes faltará. 
Quando as tradições e os sistemas religiosos forem desmascarados e se mostrarem falsos, 
e seus riachos secarem, então os Escolhidos proclamarão a verdadeira Palavra do 
Senhor. Portanto, alegrem-se Filhos de Deus, porque, nesta última hora, vocês tiveram a 
honra de serem escolhidos pela Sua graça para tomarem parte nesta grande obra.

A cerca que mantém os potros presos nos seus prados e pastos não significa nada para 
os que estão sob o arreio, porque os portões se lhes abrem, e eles vão e puxam a carruagem 
do rei adiante através de lugares estranhos e maravilhosos. Eles não param para 
comer dos arbustos venenosos do pecado, porque eles só se alimentam no estábulo do 
Mestre. Eles não fazem caso destes campos, passam por eles e vão adiante a serviço do 
Rei. E assim, para os que se sujeitam totalmente à sua vontade, não há Lei. Porque eles se 
movem pela Graça de Deus e são guiados pelo Espírito, por caminhos onde todas as 
coisas são lícitas mas nem todas são convenientes. Esta é uma dimensão perigosa 
para o indisciplinado, e muitos têm perecido no pecado por terem saltado a cerca sem Seu 
arreio e a Sua rédea. Alguns têm se julgado completamente arreados e submissos a 
Ele, mas descobriram que, em algum lugar, no recôndito das suas vidas, habitava a 
rebeldia e o egoísmo. Esperemos diante dele até que ele nos ponha o cabresto e nos leve ao
lugar de treinamento. E então, ali aprenderemos os procedimentos de Deus e as formas de 
agir do Seu Espírito, até que finalmente sintamos Seu arreio cair sobre nós, e ouçamos a 
Sua voz nos guiando. Só então haverá segurança de não cairmos nas ciladas e 
armadilhas do pecado, e na Sua casa para sempre!" Bill Britton


Deus te abençoe!

Pra Mariete Monteiro

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